Plantas frutíferas nativas: Uma alternativa sustentável para lavouras em tempos de estiagem no Rio Grande do Sul
Com a intensificação das mudanças climáticas, os produtores agrícolas do Rio Grande do Sul têm enfrentado desafios cada vez maiores, especialmente durante períodos de estiagem. Diante disso, uma solução inovadora e sustentável tem ganhado espaço: a integração de lavouras de grãos com plantas frutíferas nativas. Além de promover a segurança hídrica e alimentar, essa prática traz uma série de benefícios que podem transformar a forma como a terra é manejada.
As plantas frutíferas nativas, como a pitangueira (Eugenia uniflora), o araçazeiro (Psidium cattleianum) e o butiazeiro (Butia eriospatha), possuem uma alta capacidade de adaptação às condições climáticas da região. Por serem originárias do bioma local, essas espécies apresentam uma resiliência maior a períodos de baixa disponibilidade hídrica.
A integração dessas espécies em sistemas agroflorestais contribui significativamente para a conservação do solo. Suas raízes profundas ajudam a melhorar a estrutura do solo, promovendo maior infiltração de água e reduzindo a compactação. Além disso, a cobertura proporcionada pela vegetação diminui a evaporação e protege o solo contra a erosão.
Além de oferecer suporte às lavouras de grãos durante estiagens, as plantas nativas podem gerar frutos de alto valor agregado. Produtos como geleias, polpas e sucos derivados de pitanga, butiá e araçá possuem crescente aceitação no mercado, o que diversifica a fonte de renda do agricultor e fortalece a economia local.
A adoção dessa prática também promove a biodiversidade, criando um ecossistema mais equilibrado. Isso favorece a polinização, beneficia a fauna local e reduz a necessidade de insumos químicos, tornando o manejo mais sustentável a longo prazo.
A integração de lavouras de grãos com plantas frutíferas nativas é mais do que uma alternativa para períodos de estiagem: é uma oportunidade de repensar a agricultura de forma mais alinhada com a natureza. Produtores do Rio Grande do Sul que adotarem essa abordagem terão não apenas lavouras mais resistentes, mas também um modelo de produção que respeita e valoriza o bioma local.
Matéria: Jeferson Ferreira


